O impacto das redes sociais nas mídias tradicionais: como as predições e conteúdos influenciam a opinião do público
Blog / Design / Estratégia / Por que escolher a HRI?Publicado em 01/09/2023 às 14h28
Por Henriane Morelli – setembro 1, 2023
Quando me formei em Comunicação Social em 1993, decidi me especializar em Publicidade e Propaganda. Naquela época, estudávamos minuciosamente cada meio de comunicação disponível para escolher os melhores para veicular uma campanha, como televisão, rádio, jornais, revistas e mídia direta. No entanto, a internet e as mídias sociais ainda não faziam parte desse cenário. Websites, blogs, banners, jogos interativos, redes de busca, anúncios, vídeos ao vivo e mídias sociais surgiram bem depois da minha formação como bacharel em comunicação.
Ao olhar para trás, percebo o quanto as mídias sociais e a internet revolucionaram a forma como as organizações fazem marketing, trazendo consigo um poder único e a capacidade de persuasão personalizada em massa, algo que as diferencia dos meios tradicionais, como rádio e televisão.
Antes da ascensão das mídias sociais e da internet, os profissionais de marketing precisavam analisar cuidadosamente cada meio de comunicação disponível para escolher os melhores canais para suas campanhas. No entanto, as opções eram limitadas e não permitiam uma segmentação e personalização eficazes. Não tínhamos acesso aos dados detalhados sobre os indivíduos e seus interesses, como temos atualmente.
Conseguíamos medir as audiências nas campanhas televisivas, mas não tínhamos informações sobre quem exatamente estava assistindo em cada lar ou se as pessoas estavam realmente engajadas com as campanhas publicitárias. Podíamos calcular o Custo por Mil Impressões (COM), mas não tínhamos certeza sobre a duração da exposição ao anúncio impresso nem se as pessoas de fato o liam.
Hoje, com o marketing digital, temos acesso a enormes quantidades de dados sobre os indivíduos e suas características demográficas, interesses e comportamentos. Esses dados nos permitem adaptar mensagens de forma personalizada para cada indivíduo, abrindo portas para novas formas de marketing persuasivo.
Por exemplo, um escritório de contabilidade pode criar uma campanha direcionada para identificar quem está buscando uma nova solução contábil ou não está satisfeito com seu escritório atual. Com base nos dados disponíveis, é possível compreender o comportamento e as reações desse público-alvo específico, a fim de chamar sua atenção de maneira relevante e impactante, e criar conteúdo que estabeleça conexões emocionais e empatia, mostrando que entendemos as dificuldades e nos colocamos no dia a dia do cliente.
Além disso, a análise das métricas de desempenho e do retorno sobre o investimento das campanhas de marketing ajuda a avaliar sua eficácia. O escritório de contabilidade pode medir o impacto da campanha, verificando o número de leads gerados, as conversões ou até mesmo o aumento na satisfação dos clientes. Isso permite uma tomada de decisão informada sobre como alocar o orçamento de marketing de forma mais eficaz.
A disponibilidade de grandes quantidades de dados nas mídias sociais também possibilita a otimização das campanhas. Os profissionais de marketing podem usar esses dados para entender quais variáveis influenciam os resultados do negócio, como o comportamento dos concorrentes ou as condições de mercado. Com base nessa análise, podem ajustar o conteúdo da campanha, escolher as plataformas de interação com o público-alvo de maneira mais estratégica e distribuir o financiamento de forma equilibrada.
O processo de otimização do marketing digital para o escritório de contabilidade envolve a adaptação do conteúdo da campanha para os canais preferidos do público-alvo, acompanhado de análises contínuas dos resultados obtidos. Essas análises permitem ajustes e melhorias ao longo do tempo, garantindo que a campanha seja eficaz e atinja os objetivos estabelecidos.
Por si só, todas essas possibilidades já seriam fantásticas, é como ter um instituto de pesquisa gratuito a seu favor. Mas é muito mais do que isso. Hoje em dia, contamos também com mecanismos capazes de fazer previsões sobre indivíduos que têm maior probabilidade de serem influenciados por uma mensagem. Enquanto um anunciante de rádio não tem controle sobre a audiência e se eles agirão, um anunciante no Instagram, por exemplo, pode usar várias variáveis para garantir que sua mensagem seja exibida para os indivíduos que têm maior probabilidade de serem persuadidos por ela.
As redes sociais possuem categorias de segmentação incorporadas que podemos escolher ao lançar uma campanha. Como? Criando modelos de segmentação para atingir pessoas com mais probabilidade de serem persuadidas por uma mensagem.
Como afirma Sinan Aral, “As imensas quantidades de dados sociais e pessoais disponíveis nas redes sociais são altamente preditivas e extremamente úteis para a segmentação”.
A predição exata feita pelo algoritmo depende da organização e da mensagem exibida. Por exemplo, um dentista ou escritório de contabilidade pode dar grande importância à localização de um usuário ao anunciar on-line. O dentista provavelmente terá um mercado-alvo mais amplo, que inclui todos os adultos dentro de um determinado raio do consultório. O escritório de contabilidade, por outro lado, pode ter um algoritmo mais específico e refinado que considere fatores adicionais, como dados comportamentais, de mídia social e outras informações demográficas.
Agora começam as nossas provocações e reflexões. Vamos pegar os reality shows como exemplo: será que eles teriam tanto sucesso sem o apoio das redes sociais?
A possibilidade de interagir e compartilhar opiniões sobre os participantes e os episódios em tempo real tem impulsionado a audiência e gerado uma nova forma de experiência para os espectadores. As redes sociais amplificam o alcance e promovem a criação de comunidades em torno desses programas, contribuindo para o sucesso.
Será que os produtores dos reality shows podem levar em consideração as reações e opiniões dos espectadores nas redes sociais para ajustar a narrativa ou explorar determinados aspectos dos participantes? Esse feedback instantâneo pode moldar a forma como os episódios são editados e apresentados ao público, criando uma interação entre a audiência e o programa.
Além disso, é interessante refletir sobre como os conteúdos e as predições nas redes sociais podem influenciar a opinião dos espectadores sobre o que eles assistem. Discussões, análises e previsões nas redes sociais podem moldar a percepção e a interpretação dos acontecimentos nos reality shows. É importante estar ciente de como essas influências externas podem afetar a forma como enxergamos os programas e como formamos nossas opiniões.
Também vale considerar o impacto das marcas que são expostas nesses programas. Será que elas têm influência sobre o nosso consumo? A exposição de marcas nos reality shows pode criar associações positivas e despertar o interesse dos espectadores em adquirir os produtos ou serviços promovidos. Será que se tivermos a marca presente em nossas redes sociais aumentaria a colocação desses produtos no carrinho de compras?
Além disso, as marcas também podem se beneficiar da publicidade gerada pelas redes sociais durante a exibição dos reality shows. Os espectadores compartilham suas opiniões e experiências nas redes, criando um buzz em torno dos produtos ou serviços relacionados ao programa. Esse tipo de exposição espontânea pode ser valioso para as marcas, já que é uma forma de marketing orgânico e autêntico.
Quanto aos investimentos em campanhas nas redes sociais, é provável que estejam relacionados ao desempenho do reality show. As marcas podem optar por direcionar seus esforços de marketing para as plataformas em que o programa tem maior audiência e engajamento. O potencial de alcance e interação das redes sociais torna-as um canal atrativo para as campanhas publicitárias das marcas que desejam se conectar com o público do reality show.
E você, o que acha? Será que as marcas expostas nos reality shows influenciam o nosso consumo? Como os investimentos em campanhas nas redes sociais estão relacionados ao desempenho desses programas? Será que os conteúdos e as predições nas redes sociais moldam a sua opinião sobre o que você assiste?
É uma dinâmica interessante a ser explorada e discutida. O que você acha? Deixe seus comentários e contribuições abaixo.
Referência:
MIT Sloan School of Management. (2023, 10 de maio). Social Media Strategy: Creating Engagement, Insight, and Action. MÓDULO 1 – A Máquina do Hype: Mídias Sociais e o Cérebro
Henriane Morelli, publicitária especialista em marketing digital e globalização de marcas, apaixonada pela pauta ESG e pelo poder dessa agenda na construção de autoridade nas redes sociais. É fundadora da HRI Digital, diretora de Sustentabilidade e Empreendedorismo Feminino da AnaMid e diretora de Diversidade da APP.